quarta-feira, 11 de junho de 2014

REDENÇÃO.




              Pela atividade que eu desenvolvo há anos, tenho me tornado um atento observador do comportamento humano.

     Mas apenas observador, nunca juiz.

     Tenho percebido de forma real como as emoções mexem com o interior, a alma de cada um, dentro da particularidade de suas circunstâncias.

    Mágoas, tristeza, frustrações, alegrias, amor, espanto, serenidade... sentimentos tão intensos marcando a vida das pessoas e desafiando-as a sobreviver e a começar mais um dia na esperança de que o amanhã venha a ser melhor.

     Pais que perderam filhos queridos, tomados pelo buraco do vazio, começam pouco a pouco a encontrar nos amigos, na comunidade da fé, aquele senso de pertencerem a algo maior que suas vidas e suas circunstâncias. Retomam as atividades e esboçam um disfarçado sorriso no rosto que vai aumentando na medida proporcional do amor e carinho que recebem.

        Pessoas solitárias que ficaram anos no congelamento afetivo despertam subitamente para um relacionamento novo, para uma nova aproximação com o outro - o coração é aquecido e volta a bater por outros motivos e não apenas para bombear o sangue.

      Eu vejo nisso tudo sinais claros da Redenção de Cristo. Mesmo porque a sua obra na cruz não visou somente a Igreja mas o mundo inteiro.

     Ele mesmo disse que o Espirito do Senhor estava sobre Ele, para cuidar dos que estão com o coração ferido, para levar boas noticias aos pobres, para soltar os que estão presos em qualquer aspecto, para dizer que chegou o tempo da bondade do Senhor, para consolar quem está chorando, para remover as cinzas e o pranto, para colocar nos lábios o sorriso no lugar do espirito angustiado           ( Isaias 61 ).
   
      Então, quando eu olho á minha volta para as pessoas e vejo que elas estão saindo de uma época de tristeza para um novo período de alegria, eu oro agradecendo a Deus pela Redenção feita por Jesus. Porque de alguma forma essa Redenção atingiu aquela pessoa, aquela realidade...

     Conheço um homem de 65 anos que ficou viúvo recentemente. A esposa morreu num acidente de carro quando ia visitar a família. Ele, um homem que nunca se preocupou com Deus, segundo ele diz, começou a frequentar cultos. Ouviu a Deus, gostou e permaneceu.

       Há poucos dias nós conversamos de novo.
       Ele veio com um sorriso nos dois cantos dos lábios, dentes á mostra, olhos que estavam cheios de vida e brilho.

       Me disse que conheceu uma viúva, também cristã, de uma outra cidade.
      Ela se interessou por ele e ele por ela.
      Naquela semana iam se encontrar para conversar.
     Ele parecia um adolescente conhecendo o amor pela primeira vez.

     Fui embora e fiquei feliz por ele, lhe dei os parabéns, desejando-lhe a benção de Deus.
      Mais uma vida onde a Redenção chegou.
     Onde o amor nasce, aí está a presença de Jesus ressuscitado.

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