‘Percebendo o entusiasmo do povo, Arão construiu um altar diante do bezerro’(Êxodo 32:5)
A
religião de nossos dias se pauta pela regra do mercado.
É
preciso satisfazer a exigência, atender o prazo, cumprir a meta, sob o risco do
deus que se venera ser trocado por outro que tenha marketing mais favorável.
Brasileiro
é povo mestiço. Disso vem nossa riqueza cultural, nossa música, nossa arte,
nossa afetividade calorosa, nosso acolhimento e a intensa e necessária criatividade
que ajuda a lidar com a vida.
Mas
o brasileiro é também sincrético. Capaz de ir do terreiro á missa, da missa ao
culto e do culto aos milagreiros, tão rapidamente quanto demorar para ser
atendido.
Enquanto
eu guiava meu carro certo dia vi á minha frente outro veículo. Uma fita vermelha
pendurada no para-choque se arrastava pelo asfalto. Um versículo da Bíblia
colado no vidro traseiro. No retrovisor interno fitas em grande número dedicadas
ao senhor do Bomfim, entrelaçadas por uma figa.
Será
que temos sangue israelita?
Moises está no Sinai recebendo a Lei. Ele
demora. O povo se impacienta. Acham uma solução rápida para sua intolerância ao
tempo: ‘Vamos fazer um deus e adora-lo’.
Juntam todo o ouro que tem, o derretem e
constroem um bezerro. Saíram do Egito onde havia a pratica da taurobolia. O Egito,
porém, não saiu deles.
Arão,
líder como Moises vê o entusiasmo do povo e edifica um altar para o novo deus.
A palavra entusiasmo na língua grega significa ‘ter um deus dentro de si’.
Aprendi que eu não posso conhecer o único Deus
a não ser que ele se revele a mim, como o fez na encarnação de Jesus: ‘Vimos a
sua gloria como a do Pai’.
Fora
isso criamos imagens mentais sobre ele. Achamos já saber o que ele dirá, o que
fará e como agirá. Ele nos diz: “Meus pensamentos são muito diferentes dos
seus”, diz o Senhor, “e meus caminhos vão muito além de seus caminhos. Pois,
assim como os céus são mais altos que a terra, meus caminhos são mais altos que
seus caminhos, e meus pensamentos, mais altos que seus pensamentos” (Livro de
Isaias).
Muita
gente se frustra quando busca e não alcança, quando pede e não recebe. Avaliação
que se faz necessária é se estamos falando com nosso deus mental ou com o Único.
Nosso deus mental nos frustra, decepciona, falha e não ouve.
O
Único, que é abscôndito, sem imagem nem semelhança humana, puro espirito, eterno,
transcendente, invisível, mas presente, está com os ouvidos atentos e com as mãos
estendidas. Jogue fora seu deus inventado. Fale com aquele que verdadeiramente
é Deus.
Caleb
Mattos
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