segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Rio de lágrimas.



‘Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos’ – Salmos 137:1.
Longe de sua terra o povo amado, em condição humilhante de cativeiro, faz apenas duas coisas: senta e chora. E ao chorarem, suas lágrimas se misturam ás águas dos rios que lá havia. Há muito rio que já levou lágrimas em seu leito e há lágrimas tão frequentes e duradouras que se assemelham a um rio por fluírem incessantemente.

No rio de lágrimas as águas que saem dos olhos servem a um propósito: expressar o que vem de dentro e deixar sair o que não pode ser calado. Lágrimas são benéficas quando não usadas como meio de comiseração, mas como forma de extravasamento.

Sentar e chorar é terapêutico porque a vida tem, sim, muitas alegrias e celebrações. Nela existe festa e champanhe mas sempre intercalados por pausas em que o fel chega aos lábios e amarga o sabor de tudo. Este é o ritmo normal da vida, altos e baixos, montanhas e vales, nascimentos e perdas. 

Nada estranho, afinal, não conheceríamos a felicidade sem seu antônimo. Não saberíamos o que é viver sem a experiência do morrer. Não cogitaríamos da paz sem a guerra.
No entanto, o rio de lágrimas é, sobretudo, um rio. E um rio tem águas correntes que vão sendo levadas para longe do local onde nasceram. 

Dizem que ás águas de um rio não passam de novo pelo mesmo local. O rio de lágrimas será, então, levado a longas distâncias um dia. O que implica dizer que existe um momento em que o riso volta e a canção faz cócegas na alma.

O mesmo povo na Babilônia, que fala do rio de lágrimas, mais tarde disse: ‘O Senhor restaurou a nossa sorte; ficamos como quem sonha. A nossa boca encheu-se de riso e a nossa língua de cânticos’. Nada dura para sempre. Nem mesmo o rio de lágrimas. Espere até que as águas corram velozes, carregando em seu leito tudo que se chorou.

Depois você verá que Deus irá restaurar a sua alegria. Você ainda cantará e rirá muito de tudo o que lhe aconteceu. É só uma questão que envolve o tempo e a graça de Deus. Enquanto isso, deixe as lágrimas caírem. Elas precisam cair, pois, caindo saem, e saindo vão, e indo partem, e partindo, levam para longe toda sua dor.

Caleb Mattos.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Ganhar a vida ou viver a vida?




Duas frases ditas por Jesus são de uma sabedoria e profundidade incomparáveis.
A primeira é: ‘que adianta ao homem ganhar o mundo ( a vida ) e perder sua alma?
A segunda é: ‘Eu vos dou a vida (eterna)’.

Entre estas duas frases temos o resumo do que fazemos com os nossos dias sobre a terra. Claro que se trata de uma escolha por uma coisa ou por outra. Existem o que optam pela primeira possibilidade e outros, pela segunda.

Os que compõem o primeiro grupo entendem a vida como algo a merecer já que desde a formação familiar nós aprendemos que para receber uma compensação pelos feitos é preciso corresponder a medida que se estabelece da parte daqueles que nos formaram, educaram. E então crescemos repetindo ao longo da fase adulta esta máxima de que a vida não é uma dádiva, ela é uma meta a ser conquistada por meio dos méritos que acumulamos aqui e ali por nossa produção.

O segundo grupo é constituído daqueles que receberam a benção da mensagem salvadora do Evangelho e desde cedo migraram da primeira opção para a segunda. Eles compreendem que a vida lhes foi dada sem uma etiqueta, que ela é fruto da Graça imerecida do Pai e que ele supre em Cristo cada uma de suas necessidades. 

Estes resolvem não ‘ganhar a vida’ porque já a receberam de Deus. Eles optam em viver a vida. E descobrem que sob a direção divina, a vida é muito boa, embora rápida. Eles não perdem tempo tentando encontrar um motivo ou razão para explicarem certas limitações da sua própria humanidade, não se encaracolam na vida, girando em círculos e fazendo dela um emaranhado de nós. 

Eles vivem a vida, eles a aproveitam segundo a segundo e para eles, cada manhã, é momento de repetir que ‘as misericórdias do Senhor foram renovadas sobre eles’.

Os dois grupos passam pelas lutas inerentes da vida: doenças, perdas e morte. Mas enquanto um faz de tudo para prevenir a vida destas coisas e se permite acordar todas as manhãs com a ansiedade latente, o segundo agradece mais um dia e vive com intensidade o mesmo, já que, não sabe se amanhã estará aqui ou no doce porvir. 

Como Paulo são capazes de dizer: ‘Se eu estiver aqui, muito bem; mas se estiver lá, muito melhor’.
E você?
Está tentando ganhar a vida ou está vivendo a sua vida?

Caleb Mattos.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Chorar ou Sorrir ?




Diz o livro de Neemias que quando os alicerces de um novo templo são lançados, na restauração de Jerusalém, por concessão dos persas, o povo se divide em dois grupos distintos. Um que celebra, comemora, canta, ri, dança, festeja porque possui agora um novo espaço onde junto dos seus podem adorar ao Deus cheio de amor e bondade, que restaura todas as coisas.

Este primeiro grupo poderia muito bem ter escrito o Salmo 126: ‘Quando o Senhor restaurou a nossa sorte ficamos como quem sonha; então, a nossa boca se encheu de risos e a nossa língua de cânticos’.

Mas há um segundo grupo que fica sentado no chão, chorando prostrado. Eles tinham visto o primeiro templo e toda a sua glória. Entraram lá incontáveis vezes para prestar culto. Quando miram o segundo templo, no entanto, a reação é de queixa, de choro alto, de depressão, de desencanto. Este segundo grupo poderia muito bem ter escrito o Salmo 137: ‘Junto aos rios da Babilônia nos assentamos e choramos com saudades de Sião’. 

È um mesmo acontecimento, dentro de uma nova realidade de reconstrução da vida, mas com duas atitudes absolutamente díspares.

A novidade para alguns é sempre bem vinda porque ela representa dias ainda não desfrutados, cheios de oportunidades e muitas alegrias. A novidade se encaixa na palavra divina que proclama: ‘Eis que faço novas todas as coisas’. Ela reverbera o texto que diz: ‘Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam’.

Mas o saudosismo causado pela perda de algo que se amava é mórbido porque ele impede de enxergar que Deus está construindo novas camadas sobre as velhas todos os dias. Que ele anseia nos tirar do vale da dor. Que ele é movido pela vontade de enxugar dos olhos toda lágrima. Para quem é saudosista nas perdas pode até ver a novidade, mas não a comemora, não a celebra, não vibra com ela porque não acredita que é Deus quem a está construindo.

Bem, eu tomei uma atitude na minha vida. Decidi parar com o saudosismo do que já se foi e resolvi cantar, me alegrar e sorrir diante da coisa nova que está vindo a luz da parte de Deus. Quero entrar neste novo ‘templo’ que ele está construindo, para, ali dentro, junto dele, cantar e declarar com a mais firme convicção: ‘Deus tem feito grandes coisas por mim, por isso  estou feliz’.
Caleb Mattos.


sábado, 14 de novembro de 2015

Não há lugar seguro no mundo.




Há tempos o sociólogo polonês Zygmunt Bauman vem alertando para os efeitos da globalização e da sociedade de hiper-consumo. Segundo ele, todos os valores da era chamada  ‘moderna’ se diluíram a tal ponto que hoje vivemos numa sociedade ‘liquida’, impermanente, insegura e incontrolável.

O dia de ontem, sexta-feira 13 de 2015 foi realmente a noite do medo e do horror em Paris com atentados em vários pontos da capital deixando mais de 100 mortos. Enquanto se tenta entender a razão de tudo isso, que parece não ter nenhuma ideologia por trás a não ser a violência pela violência, nos perguntamos para onde estamos caminhando.

Paris, Síria, Espanha, Afeganistão, Alemanha, tanto faz.
Não há lugar seguro na terra. E a razão é que o ser humano em sua gênese é um ser em queda, expulso do que era Paraiso e tendo que lidar com a delicada arte da convivência social. Bastou Adão e Eva deixarem o Èden que acontece o assassinato de Abel por seu irmão Caim.  

Na incompetência de conseguir viver ou dialogar, muitos tomados pelo pavor, se encastelam em seus núcleos fechados ao qual damos o nome de ‘condominios’.

Mas inevitavelmente temos que sair ás ruas e ir a lugares públicos. E quando saímos ficamos expostos a todos e a qualquer um que tenha na mente a idéia de que o ‘mal são os outros’. Eu não sou um pessimista, até por ser cristão, mas um realista. Acredito que vulnerabilidade, daqui para a frente, será a palavra que melhor definirá a nossa vida cotidiana.

Não, não estamos protegidos por equivocadas hermenêuticas da Biblia de que ‘praga nenhuma chegará á tua tenda’, por mais que os ilusionistas de púlpito nos forcem a acreditar nisso. Eu acho que é melhor viver na realidade nua e crua do que crer em fantasias só para acalmar a ansiedade por algumas horas.

O que temos de Deus é a garantia de que nos está preparando um lugar onde ‘ a morte já não existirá, em que não haverá mais tristeza, lagrima, luto, pranto, nem dor’. È para lá que os cristãos autenticados pela fé somente firmada em Cristo caminham. Eles se sabem peregrinos e estrangeiros neste mundo. 

Sabem no dizer de Paulo que ‘somos como ovelhas levadas ao matadouro’, mas, apesar disso, ‘somos mais que vencedores por meio daquele que  nos amou’.

Enquanto isso oremos por Paris, por outras nações e pelos familiares que hoje choram.
È o que podemos fazer.

Mas, além disso, temos que promover a paz onde vivemos segundo Jesus. Promover a paz em nossos núcleos mais próximos, falar de paz, de convívio harmonioso, de tolerância, de solidariedade, de conciliação, do amor de Deus. 

Isso parece uma gota no oceano de violência que nos cerca mas eu e você sabemos que são pequenos movimentos que promovem grandes mudanças. Pode ser até que demore, mas um dia  a semente nasce e com ela os frutos da justiça e da paz que agradam a Deus.

Caleb Mattos.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Você vai voltar a sorrir.




Tereza de Ávila certa vez escreveu:
‘Nada te turbe, pois tudo passa;
A paciência tudo alcança, nada te espante;
Quem tem a Deus nada lhe falta,
Só Deus lhe basta’.

Fico a pensar qual era o contexto da irmã quando isso escreveu. O que ela passava, o que sentia, que lutas atravessava. Muitos pensam que os que habitavam os lugares solitários do passado num retiro que durava uma vida estavam imunes a toda tentação, luta e conflitos que atingiam os cidadãos urbanos.

Mas basta uma leitura nos escritos de Tereza para perceber que todo esse modo de pensar era falso. Os reclusos eram os que mais sofriam os ataques do inferno sobre si porque dedicavam suas vidas inteiramente a Deus, tudo que eram e tudo o que pensavam sobre o futuro.

Eu leio na Bíblia que todo aquele que deseja viver piedosamente em Cristo será perseguido. E que, por causa do nome de Jesus, muitos perderão a vida, a família, a honra e o nome. Mas não por estarem distantes de Cristo e sim justamente pelo desejo que passa no coração deles e os alimenta de se aproximarem ainda mais em amor do Salvador.

Mas Tereza dizia que se você é do grupo que ama a Jesus mais do que tudo na vida e se está sendo alvo de ataques que se manifestam camuflados por todo tipo de palavra e calúnia, não se deixe ficar perturbado. Ela apresenta algumas razões para isso.

A primeira é que ‘tudo passa’. Por mais que os ataques espirituais á sua vida pareçam aumentar dia a dia e se renovarem sem parar chegará um momento em que eles vão recrudescer, diminuir, escassear, até que, como um filete de água simplesmente secar. E isso não porque você conseguiu barrar tais ataques mas porque o Deus que lhe ama vai paralisando as armas do inimigo gradativamente, até que não seja mais possível ao acusador prejudicar você. Há um limite para a atividade do diabo, basta ler a história de Jó e você perceberá este limite imposto por Deus.

A segunda razão para não se deixar ficar perturbado, segundo Tereza, é que ‘a paciência tudo alcança’. E paciência, conforme a descrição bíblica não é uma atitude de passividade inerte, como se ensina nas filosofias orientais, bastando sentar na posição certa, aspirar o ar corretamente, entrar em sintonia com seu íntimo e aprender a relaxar. A paciência é fruto do Espirito Santo, o que significa dizer que o paciente é aquele que se mantém conectado, quando sob pressão, ao Espirito de Deus. Nele medita, nele confia, lança mão das suas promessas da Escritura e simplesmente aguarda o momento em que será tirado do cativeiro para a liberdade. Tereza diz que esta paciência cristã tudo alcança. O fruto dela não é apenas quietude de alma, mas liberdade aguardada para ser solto das correntes que prendem você por algum momento.

E, finalmente, para Tereza, a terceira razão para não se permitir ficar perturbado é que ‘quem tem a Deus nada lhe falta’. È preciso, contudo, entender esta colocação. Porque ela parte de Tereza, que vivia reclusa em orações e contemplação. O que ela tinha de seu? Que bens detinha? Quais eram suas posses? Que projetos e sonhos lhe passavam pela mente? Nada daquilo que eu e você listamos como nossas aquisições. Porque nós temos muitas coisas e mais Deus. Tereza só tinha a Deus e nada além. 

Por isso ela diz: ‘quem tem a Deus nada lhe falta’. Há momentos em que nada nos ajuda e é capaz de oferecer auxilio: conhecimento, experiência, técnica, finanças.
Porque certas questões da vida passam muito longe de tudo isso. O que, por exemplo, sobrou para Jó em sua angustia? Apenas Deus. Mas este era para o homem de Uz a única realidade valiosa. Portanto, se você ama a Deus e tem a Deus acima de tudo e de todos, fique calmo: nada lhe faltará.

 E quando Deus determinar que o seu tempo de dor deve acabar você verá a diferença prática entre os que amam a Ele e os que o desprezam.
Desejo que você continue mantendo os olhos no Senhor neste seu momento mau.
Tenha certeza: tudo passa, a paciência tudo alcança, quem tem a Deus nada lhe falta.

Caleb Mattos.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Corte o seu cordão umbilical.



Logo após o parto a primeira medida adotada pelo médico é cortar o cordão umbilical.
Ele é a ultima ligação que faz do corpo da mãe e do bebê um só.
Mas é preciso que se corte porque dali para a frente o bebê já não será a extensão da sua mãe.

Ele vai crescer, adquirir sua própria personalidade e mais á frente suas escolhas na vida.
Deus preparou para que fosse assim, caso contrário, nós seríamos não o Eu mas o Outro. E ser o Outro é não ser, porque nesta simbiose não há o elemento fundamental da condição humana: a liberdade.

Porém, há muita gente que mesmo crescida mantém um cordão umbilical que o prende ao outro. São codependentes em tudo do Outro porque ainda não desenvolveram seu próprio Eu. O problema maior com isso é transferir ao Outro suas vontades, idealizações falsas e sobretudo controle.

Gente que ainda não desenvolveu seu próprio Eu domina o Outro porque acredita que ele é o objeto do qual depende para existir, do qual tira suas forças e energia.

São aquelas pessoas melodramáticas que vivem dizendo: 'eu não consigo viver sem você' ; 'se você morrer antes de mim eu morro em seguida';  'se você partir minha vida não terá mais razão'. Isso pode soar como um tipo romântico de amor mas não é. 

Porque o amor acima de tudo deixa o outro livre para ser ele próprio. Paulo falando deste dom afirma que 'o amor não busca seus proprios interesses'.

Por isso, aprenda a pensar com sua própria mente.
Aprenda a tomar as próprias decisões.
Aprenda a arcar com as consequências da sua própria escolha.
Aprenda a deixar o outro em paz.

Viva sim, em relacionamentos, mas nunca sugando ninguém, nem tolhendo sua liberdade, pensamentos e voz.
Corte de uma vez o seu cordão umbilical.
Você verá que ter sua própria identidade é uma das dádivas mais necessárias que Deus nos concedeu.
Caleb Mattos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A morte é a privação da sensibilidade.



'Habitua-te a pensar que a morte nada é para nós, visto que todo o mal e todo o bem se encontram na sensibilidade: e a morte é a privação da sensibilidade' (Epicuro).

Confesso que fiquei encantado com este texto de Epicuro que resume a morte a uma privação da sensibilidade. Mas a leitura que eu fiz do texto não foi da morte como a ultima etapa da vida consciente. Mas da morte como a perda total da sensibilidade.

Ao ler a máxima eu me lembrei da parabola que Jesus conta do homem que ficou louco porque acumulou toda sua fortuna e disse para a sua própria alma: 'tens muita coisa em depósito para muitos anos, então, descansa e regala-te'.

A sua loucura foi pensar numa extensão da vida que ele podia controlar tão somente em razão da fortuna que duraria anos. E sua alcunha de 'louco' lhe é própria porque a loucura nada mais é do que a perda da sensibilidade.

Fica-se louco quando se perde a noção de que a realidade é a mentira que contamos a nós mesmos e persistimos em crer nela, ainda que desprovida de qualquer fundamento lógico. O rico cria no engodo de que seu dinheiro é que lhe garantiria a vida. E crendo nesta falsa premissa, enlouquece.

Fica-se louco também quando se elimina por completo a sensibilidade dos sentimentos ao outro. Passa-se a creditar a ele o pior, o mais indigno, recheando tudo isso de mentiras e falta de provas. Crendo-se também nestas mentiras inventadas e repetidas dia a dia a si propria inventa-se uma nova 'verdade'. Mas tal arremedo de 'verdade' é o conjunto acumulado de mentiras feitas para desamar, destruir, afastar, prejudicar.

Assim, as pessoas não morrem apenas quando o ultimo suspiro é dado no leito. Elas morrem em perfeito estado de saúde, enlouquecidas pelo ódio, pela rejeição, pelo desejo incontido de vingança.
Morre-se de ódio, sim, mas uma morte na alma, no sentimento, na intimidade do ser.

Não sem motivo o salmista adverte a mim e a voce:
'Deixa a ira, abandona o furor, não perca a paciencia, porque isso acabará mal'.

Não deixe sua sensibilidade morrer.
Ela pode leva-lo a sepultura relacional antes do seu ultimo momento sobre a face da terra.

Caleb Mattos.