Diz o livro de Neemias que quando os alicerces de um novo
templo são lançados, na restauração de Jerusalém, por concessão dos persas, o
povo se divide em dois grupos distintos. Um que celebra, comemora, canta, ri,
dança, festeja porque possui agora um novo espaço onde junto dos seus podem
adorar ao Deus cheio de amor e bondade, que restaura todas as coisas.
Este primeiro grupo poderia muito bem ter escrito o Salmo
126: ‘Quando o Senhor restaurou a nossa sorte ficamos como quem sonha; então, a
nossa boca se encheu de risos e a nossa língua de cânticos’.
Mas há um segundo grupo que fica sentado no chão, chorando
prostrado. Eles tinham visto o primeiro templo e toda a sua glória. Entraram lá
incontáveis vezes para prestar culto. Quando miram o segundo templo, no
entanto, a reação é de queixa, de choro alto, de depressão, de desencanto. Este
segundo grupo poderia muito bem ter escrito o Salmo 137: ‘Junto aos rios da Babilônia
nos assentamos e choramos com saudades de Sião’.
È um mesmo acontecimento, dentro de uma nova realidade de
reconstrução da vida, mas com duas atitudes absolutamente díspares.
A novidade para alguns é sempre bem vinda porque ela representa
dias ainda não desfrutados, cheios de oportunidades e muitas alegrias. A
novidade se encaixa na palavra divina que proclama: ‘Eis que faço novas todas
as coisas’. Ela reverbera o texto que diz: ‘Nem olhos viram, nem ouvidos
ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para
aqueles que o amam’.
Mas o saudosismo causado pela perda de algo que se amava é
mórbido porque ele impede de enxergar que Deus está construindo novas camadas
sobre as velhas todos os dias. Que ele anseia nos tirar do vale da dor. Que ele
é movido pela vontade de enxugar dos olhos toda lágrima. Para quem é saudosista
nas perdas pode até ver a novidade, mas não a comemora, não a celebra, não
vibra com ela porque não acredita que é Deus quem a está construindo.
Bem, eu tomei uma atitude na minha vida. Decidi parar com o
saudosismo do que já se foi e resolvi cantar, me alegrar e sorrir diante da
coisa nova que está vindo a luz da parte de Deus. Quero entrar neste novo ‘templo’
que ele está construindo, para, ali dentro, junto dele, cantar e declarar com a
mais firme convicção: ‘Deus tem feito grandes coisas por mim, por isso estou feliz’.
Caleb Mattos.
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