terça-feira, 2 de agosto de 2016

A RELAÇÃO PASTOR E OVELHA.




Eu não tenho o direito de entrar em sua vida sem convite.
Não sou um invasor, mas um pastor convicto de ter sido chamado a cuidar de pessoas.

Não sou chamado para mostrar seus erros, que você conhece muito bem. Sou chamado a convida-lo a refletir em Deus e abrir-se para Ele, para que num relacionamento de afeto, permitir que Ele mostre a você o caminho que deva seguir.

Meu chamado não é, também, para dizer o que você deve ler, o que deve ouvir, o que assistir, o que vestir, comer ou beber, quem conhecer, com quem conviver, nem com quem se casar. Não sou seu pai, seu guru, seu chefe, seu comandante, nem seu ídolo. Sou um mentor que tão somente ensina o que Deus diz e ora para que o Santo Espirito trabalhe suas escolhas.

Minha intenção não é ter você como parte da minha conquista ministerial. Você não é a ‘minha’ ovelha, mas de Jesus. Não é fruto do meu trabalho, mas do penoso trabalho de Cristo na cruz. Não posso amaldiçoar você se um dia decidir que não quer mais ser mentoreado por mim, nem que eu seja mais seu pastor. 

Não posso lhe dar um sermão nesse momento, dizendo que você está se perdendo, está se desviando da sã doutrina, que vai perder a minha ‘cobertura espiritual’, que nada dará certo doravante. Não fui eu quem o salvou e por isso não sou eu quem posso conduzi-lo até o fim na salvação porque Cristo somente é o autor e o consumador da sua fé.

A igreja não é o meu negócio particular que deu certo e que me levou ao sucesso. Ela é o povo de Deus do qual, inclusive eu, faço parte integrante. Se eu também não for ovelha não tenho o direito de ser pastor porque aprendi que apenas um é o Pastor. Estou na igreja por uma dupla convicção: Deus me chamou para estar nela e o povo que confia em mim me convidou para cuidar dele. Só isso. 

No dia em que Deus achar que devo sair, ou no momento em que o povo desejar, eu saio. Sem mágoas, nem ressentimentos. Vida pastoral não tem estabilidade, assim como em nenhum lugar ou atividade humana existe estabilidade.

Mas, se você quiser ser cuidado por mim como seu pastor, não me crie problemas. Não reclame do que eu ensinar ou das minhas palavras dentro do gabinete. Não saia por aí difamando, se queixando, protestando contra o meu pastorado. Você está sob meu cuidado porque escolheu isso e não porque eu lhe obriguei. Saiba que o fundamental para que Deus possa orientar você é submeter-se a quem você acredita que é orientado por Ele.

 Então, quando for necessário alguma exortação, eu a darei. Quando precisar dizer algo mais difícil eu direi. Quando for preciso direi que você está errado.
Mas sempre continuarei sendo amigo e amando a você como aquele que Deus ama acima de tudo. Somos amigos e irmãos.

 Estamos no mesmo barco e do mesmo lado. Desejo que você cresça em todos os sentidos da vida e alcance a tão sonhada maturidade emocional e espiritual. E se um dia isso acontecer, e se você for capaz de recorrer a Cristo o tempo todo sem minha intervenção, eu ficarei muito feliz e direi que meu trabalho valeu a pena.
Caleb Mattos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário