quarta-feira, 24 de agosto de 2016

OVELHAS SEM PASTOR. OVELHAS COM PASTOR. OVELHAS COM MUITOS PASTORES.






Minha cidade de Rio Claro-SP, onde nasci, é curiosamente marcada por três categorias de cristãos.
O primeiro grupo se encaixa naquela descrição que Jesus faz nos Evangelhos de ‘ovelhas sem pastor’. Elas estão aflitas e exaustas mas, não necessariamente por não terem um pastor que delas cuide, e sim porque escolheram viver sem pastores que as assistam, que as aconselhem e que delas cuidem em suas dolorosas feridas. 

Os argumentos alegados são múltiplos mas, talvez o principal seja terem sido vítimas de abusadores que exploraram sua fé, sua carteira, sua decência, sua simplicidade, tudo em proveito próprio e não delas. Estas ovelhas sem pastor também são ovelhas sem igreja na medida em que consideram genericamente que a parte é igual ao todo. Se um é assim, logo, todos devem ser assim. 

E infelizmente rejeitam o conselho bíblico de procurarem um pastor sério, focado nas Escrituras e que as anuncie com fidelidade, que seja homem de oração e comprometido com Jesus: ‘Obedeçam aos seus líderes e submetam-se a autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o trabalho deles seja uma alegria e não um peso’. Hebreus 13:17.


O segundo grupo são as ‘ovelhas com pastor’, aquelas que fazem parte aqui na minha cidade de um grupo privilegiado no campo pastoral: as pessoas que amam seus pastores e que os ajudam nas suas tarefas de conduzir a igreja ao desenvolvimento espiritual e á maturidade na fé. Feliz do pastor que tem ovelhas assim porque ele sente que o seu trabalho tem dado frutos, tem gerado transformações a partir do Reino, e que pode encontrar também refúgio e abrigo nas próprias ovelhas que lhe estendem a mão e oram por ele quando em fragilidade e cansaço. 

Tenho, graças a Deus, não muitas, mas verdadeiras e leais ovelhas assim em meu pastorado. Elas são para mim fundamentais e instrumentos valiosos de Deus para que eu cumpra fielmente o ministério que recebi do meu Senhor.


Finalmente, na mesma cidade onde moro existem as ‘ovelhas com muitos pastores’. Com sinceridade e tristeza eu digo que essas são as que mais me preocupam e me dão trabalho. Porque este tipo de ovelha não me reconhece como ‘seu pastor’. Elas ouvem a todos os pastores da cidade, menos a mim. Elas vão ao culto onde ministro, assistem as mensagens, mas não frutificam na igreja local onde sou pastor. Suas opiniões são sempre vinculadas a ‘pastor fulano’, ‘pastor sicrano’. 

Elas chegam ao ponto de conferirem o que eu prego com o que ouviram o pastor de quem de fato são ovelhas. Assim, não me escutam e por não faze-lo não colaboram em nada com a igreja que pastoreio. Por uma razão: seus corações e mentes estão fixos em outro pastores. E é impossível ser ovelha de mais um pastor ao mesmo tempo. Eu oro por elas para que se decidam. Para que escolham entre serem minhas ovelhas ou de uma vez por todas ovelhas do fulano, ou do beltrano ou do sicrano.


Mas, esta é a cultura religiosa da minha cidade. Eu sei disso porque nasci aqui e vivi aqui a maior parte do tempo. E do mesmo modo como preciso da sabedoria de Deus para saber lidar com estas 3 categorias de ovelhas, ultimamente, anda me interessando um 4º grupo, que é chamado por Jesus de ‘as ovelhas que ainda não são do aprisco’.

 Eu tenho trabalhado com elas também. E creio, com uma vasta comprovação bíblica, que estas serão a principal fonte de disseminação do Evangelho de Cristo na cidade aos que nela andam perdidos e sem direção na vida.
Caleb Mattos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário