sexta-feira, 4 de maio de 2018

Jesus e o meio ambiente.



Acostumado a ensinar sobre a ressurreição de Jesus há muitos anos eu confesso que não tinha reparado num detalhe da narrativa de João no seu evangelho.

 Na versão que eu uso é dito que quando Pedro e o discipulo amado entram no sepulcro encontram o pano que cobria a cabeça de Jesus dobrado e colocado próximo dos lençóis que envolveram seu corpo. Diante da magnitude do evento maior, a ressurreição, todos os demais detalhes perdem importância.

Mas se o escritor quis registrar um detalhe é preciso prestar atenção. O tumulo onde Jesus foi colocado não era dele, era emprestado. Ele esteve ali sepultado até o terceiro dia. E quando Deus o ressuscita ele sai do sepulcro, mas não sem antes arrumar aquele espaço que ocupou. 

Deixou tudo dobrado e organizado.
Prova de seu agradecimento à pessoa que lhe forneceu aquele espaço.

 Levando esse detalhe para o campo das nossas responsabilidades diárias temos que aprender com ele que tudo quanto ocupamos no momento é um ambiente para o qual fomos convidados a participar.

Seja a nossa família, o nosso trabalho, a casa de nossos amigos, o transito, a fila de um banco, o consultório, o passeio, a praia, estamos ali somente por um determinado tempo. 

E porque partimos, dadas as inevitáveis mudanças, precisamos deixar o ambiente que um dia ocupamos, limpo, organizado, melhor.

É ruim quando pessoas não sabem sair de seus espaços e os destroem pela falta de sensibilidade de que aquilo não lhes era de direito, mas que pertencia a um todo maior. Um exemplo são as praias e as serras, onde turistas jogam no chão seu lixo e vão embora deixando a marca de seu desprezo por outros.

Até mesmo o lençol, que envolveu seu corpo e o pano que cobriu sua cabeça, Jesus devolveu arrumado e dobrado.  

A fé cristã não pode se converter em uma alienação da natureza, uma alienação dos convívios humanos saudáveis, uma alienação do dever do bom exemplo. Jesus deixou o tumulo, que antes nunca tinha sido usado, organizado, limpo e com a marca da gratidão. Você, quando entra e sai dos ambientes, segue o exemplo dele?
Caleb Mattos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário