segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

JÓ CAPITULO 43


Já de início peço desculpas para aquela turminha que sempre gosta de fingir que vai tudo bem, sem percalços ou dificuldades. Eu sou mais realista, mais pé no chão. Não me convenço com aquelas técnicas motivacionais onde as pessoas são reunidas numa sala e motivadas a gritar: ‘Eu consigo, eu sou o melhor, esse é o meu palco, essa é a minha hora’. O teatrinho fica bem para quem está na idade escolar do Ensino Fundamental.

O fato é que a vida não é um palco, mas uma realidade que se mostra desafiadora. Viver não é exato, como dizia o poeta, ‘navegar é preciso, viver não é preciso’. Peço, então, licença para compartilhar um pouco do peso que levo comigo. Sou por natureza muito detalhista e perfeccionista. Procuro em minha atividade fazer o excelente, o mais do que é comum. Tenho sido assim por ser esta minha personalidade, mas eu ando cansado de investir tanto e ver pouco resultado.

Já fiz de tudo o que você possa imaginar que me sugeriram em minha área especifica. Não se trata de usar mais uma estratégia porque eu já usei todas. Não se trata de maior dedicação a isso ou àquilo porque nunca me faltou dedicação. Continuo em geral dedicando-me com o mesmo empenho desde o começo e já se vão longos anos.

Alguns que eu li me dizem que a gente não vê mesmo muita coisa do que planta. Ou que a colheita nunca é feita por quem semeia. Mas isso não serve de consolo mais. Eu realmente desejo ter significado no que empreendo. Preciso saber que vale a pena. Confesso que sou movido a feedbacks e, quando não chegam, murcho como a flor sem água. Acredite, eu tentei de tudo que me disseram, eu cumpri todos os passos que me sugeriram, eu busquei, bati e clamei sem cessar.

Mas esse é o tempo de um silencio que incomoda e de um imobilismo que me desanima. Eu aprendi a orar, e é o que eu tenho feito. Trabalhar e orar. Escrevo estas linhas para colocar para fora o que me aperta por dentro. Sei que o Deus a quem amo está lendo este texto agora. Eu fico á espera do feedback dele.

Caleb Mattos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário