Já de início peço desculpas para aquela turminha que sempre
gosta de fingir que vai tudo bem, sem percalços ou dificuldades. Eu sou mais
realista, mais pé no chão. Não me convenço com aquelas técnicas motivacionais
onde as pessoas são reunidas numa sala e motivadas a gritar: ‘Eu consigo, eu
sou o melhor, esse é o meu palco, essa é a minha hora’. O teatrinho fica bem
para quem está na idade escolar do Ensino Fundamental.
O fato é que a vida não é um palco, mas uma realidade que se
mostra desafiadora. Viver não é exato, como dizia o poeta, ‘navegar é preciso,
viver não é preciso’. Peço, então, licença para compartilhar um pouco do peso
que levo comigo. Sou por natureza muito detalhista e perfeccionista. Procuro em
minha atividade fazer o excelente, o mais do que é comum. Tenho sido assim por
ser esta minha personalidade, mas eu ando cansado de investir tanto e ver pouco
resultado.
Já fiz de tudo o que você possa imaginar que me sugeriram em
minha área especifica. Não se trata de usar mais uma estratégia porque eu já
usei todas. Não se trata de maior dedicação a isso ou àquilo porque nunca me
faltou dedicação. Continuo em geral dedicando-me com o mesmo empenho desde o
começo e já se vão longos anos.
Alguns que eu li me dizem que a gente não vê mesmo muita
coisa do que planta. Ou que a colheita nunca é feita por quem semeia. Mas isso
não serve de consolo mais. Eu realmente desejo ter significado no que
empreendo. Preciso saber que vale a pena. Confesso que sou movido a feedbacks
e, quando não chegam, murcho como a flor sem água. Acredite, eu tentei de tudo
que me disseram, eu cumpri todos os passos que me sugeriram, eu busquei, bati e
clamei sem cessar.
Mas esse é o tempo de um silencio que incomoda e de um
imobilismo que me desanima. Eu aprendi a orar, e é o que eu tenho feito.
Trabalhar e orar. Escrevo estas linhas para colocar para fora o que me aperta
por dentro. Sei que o Deus a quem amo está lendo este texto agora. Eu fico á
espera do feedback dele.
Caleb Mattos.
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