Eu me lembro da primeira vez que ele ouviu um ‘não’. Queria
mexer no fogão da cozinha. Tinha dois anos de idade. O ‘não’ sonoro que eu dei
o fez chorar como criança. Mas ele não fez birra, apenas chorou. Muitas vezes
depois tive que dizer o ‘não’, ainda a mesma reação. Mas o ‘não’ vai continuar
enquanto for preciso para educar.
O ‘não’ dói porque restringe a liberdade e cria a noção do
limite. Mas não mata a ninguém. Nossa geração é criada só no ‘sim’ e com isso
cresce intolerâncias, violências, desrespeitos, criminalidade. Gente que
deveria dar o exemplo por estar num posto de representante nacional atropela
todo mundo porque não sabe ouvir ‘não’. O menino Lulinha deve ter ouvido
poucos. Gilmar Mendes também.
Quando falta disciplina, restrição, abre-se a porta para
todo tipo de transgressão. Estamos á deriva como nação porque somos dirigidos
por um bando de mimados. Mamaram demais nos seios do País e agora não querem
mais largar o peito. Em todos os setores, seja político ou cultural, acadêmico
ou corporativo, cresce o numero dos que não respeitam nenhuma regra, nenhum
acordo, nenhuma ética.
A palavra do dia é ‘liberdade’, mas no Brasil ‘liberdade’ é
tudo que é vulgar, escrachado, esquisito e tosco.
Anita em Harvard, Pablo na
Globo e Jean Willys no Congresso é a somatória em pequena escala de um tempo em
que dá vergonha ser brasileiro.
Ainda bem que
sobrevivem aqueles que acreditam na boa e velha educação de casa. Onde tem hora
para chegar. Onde não se pega nada que não seja seu. Onde se desliga a TV e se controla
Internet para que a mente não seja saturada de lixo. Onde os filhos aprendem o
benefício do estudo responsável e do trabalho honesto. Onde o ‘não’ ainda tem
voz e vez.
Caleb Mattos.
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