A gente devia ler mais sobre Felicidade. Porque no fundo é
este o tema mais recorrente que nos interessa. Interpretar a vida, ou
entende-la tem se mostrado ás vezes ineficaz no que diz respeito á
contentamento da nossa alma.
Nem sempre ter a resposta do que nos aflige, conforta. Se
tudo se resumisse a entender o ‘por que’ das coisas o Google seria a solução do
antigo enigma da esfinge: que animal, afinal, é esse? Os gregos achavam que a Sofia
ou a integração com o Todo universal era a única saída. ‘Conhece-te a ti
mesmo’, pensavam eles, salva.
Mas e quando eu me conheço tanto e não gosto do que conheço
de mim, o que eu faço? De forma que resposta nem sempre é tudo. Jesus deu uma
alternativa: ser feliz. E para ele um dos caminhos (porque depois ele vai falar
de várias outras fontes da Felicidade) é a pureza do coração. Não sem motivo
ele disse aos que o seguiam para se tornarem como as crianças.
Ver a vida com a pureza da leitura de uma criança é
conseguir ver o belo, o sinal daquilo que mostra que existe algo de Deus em
tudo que nossos sentidos apreendem. È uma chatice ficar ouvindo gente que só
fala de coisa que não presta, que não alivia, que não constrói nada. Filosofar
sobre a desgraça, então, pior. Concluir que a gente não passa de um enredo kafkiano,
uma barata asquerosa, com certeza eu passo.
Luc Ferry diz que ‘quando você vai tomar banho de mar,
quando põe a máscara para observar peixes, você não mergulha para mudar as
coisas, ao contrário, mergulha para admira-las e ama-las’. Falta em nossa
agenda um pouco mais de admiração, pedir a Deus a capacidade de achar beleza e
encanto naquilo que vemos, ouvimos e sentimos. Puro de coração é quem escolhe
converter seu olhar para o fato de que ‘tudo que Deus criou é bom e deve ser
recebido com ação de graças’. De forma que Felicidade está mais para o ‘como’
do que para ‘o que’.
Caleb Mattos.
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